História
do Telejornal
No período pós Segunda Grande Guerra Mundial
houve uma reorganização econômica no cenário mundial, onde se consolidou a
hegemonia dos Estados Unidos, onde a TV funcionava regularmente desde 1994. E
foi exatamente nesse novo quadro que as TV’s começaram a surgir nos países
subdesenvolvidos.
Instaurada por Assis Chateaubriand, em 1950, os equipamentos para a primeira TV brasileira foram de origem norte-americana. Depois de algumas transmissões experimentais, a TV Tupi foi inaugurada em caráter definitivo no dia 18 de setembro de 1950em São
Paulo. Ela foi a primeira emissora de televisão brasileira,
pioneira também na América Latina. A estréia foi um show de variedades
assistido por alguns dos proprietários dos 200 aparelhos de televisão contrabandeados
e distribuídos pelo próprio dono da emissora, Assis Chateaubriand.
A TV, que começou de maneira improvisada, tendo como referência o modelo norte-americano, em poucos meses passou a contar com grandes anunciantes que, através das agências de publicidade, começam a atuar mais seriamente nesse novo veículo. Os patrocinadores/anunciantes terão um papel bastante amplo nos primeiros anos da TV no país, pois muitas estratégias e até mesmo contratos de atores eram definidos por eles. E também, pouco depois da implantação da TV Tupi que se inicia a fabricação de aparelhos de TV no Brasil, os televisores Invictus.
O Telejornalismo
O formato do telejornal que é visto hoje nem sempre foi assim, no inicio ele não tinha a mínima expressão e força. O rádio era a potência da época e era ele quem dava as notícias em primeira mão.
As notícias eram, geralmente, apresentadas como no rádio, lidas por um locutor eram longas e detalhadas, as reportagens exibidas eram narradas de acordo com o acontecimento e em grande parte ao vivo. Isto fez com que grandes programas de rádio virassem sucesso na TV.
A história do telejornalismo brasileiro pode ser confundida com a história da TV, pois o primeiro telejornal a ser vinculado pela televisão brasileira foi “Imagens do Dia” em 19 de setembro de 1950. Nasceu junto com o início da TV Tupi e durou três anos. Algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco e sem som.
O primeiro jornalista a falar na TV Tupi/SP, Maurício Loureiro Gama, conta que os jornalistas que foram convidados para trabalhar na emissora, em meio ao desespero, procuravam por literaturas sobre o assunto, que na época não existia. O Telejornal, “Imagens do Dia”, durava o tempo que fosse necessário para exibir imagens brutas, ao vivo, de acontecimentos do dia.
A enorme semelhança com o rádio fez com que grandes programas desse meio de comunicação também virassem sucesso na TV, como foi o caso do “Repórter Esso”. Transmitida a sua primeira edição em 1º de abril de 1952, um dos mais famosos telejornais brasileiros, levava o nome de seu patrocinador, a Esso. Ele foi adaptado pela Tupi Rio de um radiojornal de grande sucesso transmitido pela United Press International (UPI), sob a responsabilidade de uma agência de publicidade, que entregava o programa pronto. “A TV Tupi limitava-se a colocá-lo no ar. A agência usava muito mais material internacional, filmes importados da UPI e da CBS (agências fornecedoras de serviços de filmes), do que material nacional” – Armando Nogueira. Com uma expressiva sonoplastia, o apresentador anunciava: “Aqui fala o seu Repórter Esso, testemunha ocular da história”. Esta frase ficou consagrada na voz do gaúcho Heron Domingues, um dos precursores deste noticiário. O “Repórter Esso” ficou no ar, diariamente sempre às oito horas da noite até 31 de dezembro de 1970, época em que os anunciantes passaram a comprar espaço entre os programas em vez de patrocinar o programa como um todo.
Em 1962 foi ao ar o “Jornal de Vanguarda”, idealizado por Fernando Barbosa Lima, que se constitui em outro marco significativo na história do telejornalismo brasileiro. Ele foi inovador por ter instituído a participação de jornalistas, a exemplo de Vilas Boas Corrêa, Newton Carlos e Cid Moreira, em programas televisivos. Na época, Cid Moreira era chamado de “Sombrinha”, porque juntamente com Célio Moreira e Luiz Jatobá, fazia a leitura em off de notícias veiculadas no programa.
O “Jornal de Vanguarda” foi premiado na Espanha como um dos melhores jornais de informação do mundo, contudo ele não conseguiu sobreviver após o golpe de 1964, quando foi retirado do ar. Seu modelo, contudo, foi copiado por várias outras emissoras.
Em1977, a
Globo São Paulo colocou no ar um jornal de serviço: “Bom Dia São Paulo”, que
até hoje vai ao ar, às 7h da manhã. Também incorporou novas tecnologias: foi o
primeiro a usa a UPJ ( Unidade Portátil de Jornalismo ) com repórteres entrando
ao vivo de vários pontos da cidade, transmitindo informações de serviço como
tempo, trânsito, movimentação da cidade, aeroporto, etc. São características
que permanecem até hoje. O sucesso deu origem ao “Bom Dia Brasil”, em 1983, que
vai ao ar logo após o “Bom Dia” de cada praça, com o noticiário político gerado
em Brasília.
A partir de 1983 com a decadência da Ditadura e a abertura da imprensa, os telejornais foram ganhando força e reforço tecnológico, a TV já superara no país a audiência do rádio e se consolidava.
Iniciava-se o período nas grandes coberturas jornalísticas na TV principalmente pelas facilidades da comunicação via satélite, a TV Globo com sua hegemonia e liderança na audiência torna-se a pioneira em telejornalismo, trazendo linguagem própria e criando um padrão para os seus telejornais e apresentando mais de 3 horas de telejornalismo diariamente.
A história do jornalismo brasileiro destaca também o “TJ Brasil”, lançado em 04 de setembro de 1988, no Sistema Brasileiro de Televisão – SBT. Também se inspirou no formato americano ao inovar com a emblemática figura do âncora Bóris Casoy, que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV, conquistando seu espaço e seu público.
Em 1990 começam a surgir o conceito de jornalismo local, com os jornais locais que tinham boa parte de suas notícias reaproveitadas nos telejornais de rede das emissoras, também nasce o conceito de jornalismo investigativo e policial. O primeiro do gênero policial foi o “Aqui Agora”, inicialmente na TV Tupi em 1960, porém com um formato mais ameno e com destino incerto que durou poucos meses foi resgatado em 1991 pelo SBT, apresentado por Ivo Morganti e Patrícia Godoy, era o telejornal que mostrava a vida como ela é com uma linguagem forte e sensacionalista que foi marcada principalmente pelo repórter Gil Gomes. O “Aqui Agora”, permaneceu no ar por sete anos de 1991 até 1997.
Dentro da história do telejornalismo brasileiro, o “Jornal Nacional”, da Rede Globo e líder de audiência há mais de 30 anos, pode ser considerado um ícone na televisão. Criado na época pelo diretor da Central Globo de Jornalismo, Armando Nogueira, estreou em 1º de setembro de 1969, com os apresentadores Cid Moreira e Aroldo de Azevedo tornou-se referência da imprensa nacional. Foi o primeiro a apresentar reportagens em cores, reportagens internacionais via satélite no instante em que os fatos ocorriam. Inovador, ele criou, por exemplo, o desfecho com um simples “boa noite”, deixando no ar a esperança e boas expectativas para o próximo dia. Hoje o cumprimento – pronunciado pelo casal William Bonner e Fátima Bernardes – é considerado uma das principais marcas do Jornal Nacional.
O telejornalismo brasileiro, desde seu início, tomou seu espaço frente ao rádio. Vimos, então, seu crescimento e disseminação nas diversas emissoras que foram surgindo ao longo dos anos.
A força da imagem, da informação visual, dá ao telejornalismo uma credibilidade muito grande frente ao público. Nesse sentido, o telejornal é visto como um espelho da realidade. Isso pode ser comprovado quando alguém lê alguma notícia no jornal escrito, ou ouve pelo rádio e logo após liga a televisão para confirmar os fatos.
Instaurada por Assis Chateaubriand, em 1950, os equipamentos para a primeira TV brasileira foram de origem norte-americana. Depois de algumas transmissões experimentais, a TV Tupi foi inaugurada em caráter definitivo no dia 18 de setembro de 1950
A TV, que começou de maneira improvisada, tendo como referência o modelo norte-americano, em poucos meses passou a contar com grandes anunciantes que, através das agências de publicidade, começam a atuar mais seriamente nesse novo veículo. Os patrocinadores/anunciantes terão um papel bastante amplo nos primeiros anos da TV no país, pois muitas estratégias e até mesmo contratos de atores eram definidos por eles. E também, pouco depois da implantação da TV Tupi que se inicia a fabricação de aparelhos de TV no Brasil, os televisores Invictus.
O Telejornalismo
O formato do telejornal que é visto hoje nem sempre foi assim, no inicio ele não tinha a mínima expressão e força. O rádio era a potência da época e era ele quem dava as notícias em primeira mão.
As notícias eram, geralmente, apresentadas como no rádio, lidas por um locutor eram longas e detalhadas, as reportagens exibidas eram narradas de acordo com o acontecimento e em grande parte ao vivo. Isto fez com que grandes programas de rádio virassem sucesso na TV.
A história do telejornalismo brasileiro pode ser confundida com a história da TV, pois o primeiro telejornal a ser vinculado pela televisão brasileira foi “Imagens do Dia” em 19 de setembro de 1950. Nasceu junto com o início da TV Tupi e durou três anos. Algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco e sem som.
O primeiro jornalista a falar na TV Tupi/SP, Maurício Loureiro Gama, conta que os jornalistas que foram convidados para trabalhar na emissora, em meio ao desespero, procuravam por literaturas sobre o assunto, que na época não existia. O Telejornal, “Imagens do Dia”, durava o tempo que fosse necessário para exibir imagens brutas, ao vivo, de acontecimentos do dia.
A enorme semelhança com o rádio fez com que grandes programas desse meio de comunicação também virassem sucesso na TV, como foi o caso do “Repórter Esso”. Transmitida a sua primeira edição em 1º de abril de 1952, um dos mais famosos telejornais brasileiros, levava o nome de seu patrocinador, a Esso. Ele foi adaptado pela Tupi Rio de um radiojornal de grande sucesso transmitido pela United Press International (UPI), sob a responsabilidade de uma agência de publicidade, que entregava o programa pronto. “A TV Tupi limitava-se a colocá-lo no ar. A agência usava muito mais material internacional, filmes importados da UPI e da CBS (agências fornecedoras de serviços de filmes), do que material nacional” – Armando Nogueira. Com uma expressiva sonoplastia, o apresentador anunciava: “Aqui fala o seu Repórter Esso, testemunha ocular da história”. Esta frase ficou consagrada na voz do gaúcho Heron Domingues, um dos precursores deste noticiário. O “Repórter Esso” ficou no ar, diariamente sempre às oito horas da noite até 31 de dezembro de 1970, época em que os anunciantes passaram a comprar espaço entre os programas em vez de patrocinar o programa como um todo.
Em 1962 foi ao ar o “Jornal de Vanguarda”, idealizado por Fernando Barbosa Lima, que se constitui em outro marco significativo na história do telejornalismo brasileiro. Ele foi inovador por ter instituído a participação de jornalistas, a exemplo de Vilas Boas Corrêa, Newton Carlos e Cid Moreira, em programas televisivos. Na época, Cid Moreira era chamado de “Sombrinha”, porque juntamente com Célio Moreira e Luiz Jatobá, fazia a leitura em off de notícias veiculadas no programa.
O “Jornal de Vanguarda” foi premiado na Espanha como um dos melhores jornais de informação do mundo, contudo ele não conseguiu sobreviver após o golpe de 1964, quando foi retirado do ar. Seu modelo, contudo, foi copiado por várias outras emissoras.
Em
A partir de 1983 com a decadência da Ditadura e a abertura da imprensa, os telejornais foram ganhando força e reforço tecnológico, a TV já superara no país a audiência do rádio e se consolidava.
Iniciava-se o período nas grandes coberturas jornalísticas na TV principalmente pelas facilidades da comunicação via satélite, a TV Globo com sua hegemonia e liderança na audiência torna-se a pioneira em telejornalismo, trazendo linguagem própria e criando um padrão para os seus telejornais e apresentando mais de 3 horas de telejornalismo diariamente.
A história do jornalismo brasileiro destaca também o “TJ Brasil”, lançado em 04 de setembro de 1988, no Sistema Brasileiro de Televisão – SBT. Também se inspirou no formato americano ao inovar com a emblemática figura do âncora Bóris Casoy, que saiu do jornal impresso e logo se acertou com a TV, conquistando seu espaço e seu público.
Em 1990 começam a surgir o conceito de jornalismo local, com os jornais locais que tinham boa parte de suas notícias reaproveitadas nos telejornais de rede das emissoras, também nasce o conceito de jornalismo investigativo e policial. O primeiro do gênero policial foi o “Aqui Agora”, inicialmente na TV Tupi em 1960, porém com um formato mais ameno e com destino incerto que durou poucos meses foi resgatado em 1991 pelo SBT, apresentado por Ivo Morganti e Patrícia Godoy, era o telejornal que mostrava a vida como ela é com uma linguagem forte e sensacionalista que foi marcada principalmente pelo repórter Gil Gomes. O “Aqui Agora”, permaneceu no ar por sete anos de 1991 até 1997.
Dentro da história do telejornalismo brasileiro, o “Jornal Nacional”, da Rede Globo e líder de audiência há mais de 30 anos, pode ser considerado um ícone na televisão. Criado na época pelo diretor da Central Globo de Jornalismo, Armando Nogueira, estreou em 1º de setembro de 1969, com os apresentadores Cid Moreira e Aroldo de Azevedo tornou-se referência da imprensa nacional. Foi o primeiro a apresentar reportagens em cores, reportagens internacionais via satélite no instante em que os fatos ocorriam. Inovador, ele criou, por exemplo, o desfecho com um simples “boa noite”, deixando no ar a esperança e boas expectativas para o próximo dia. Hoje o cumprimento – pronunciado pelo casal William Bonner e Fátima Bernardes – é considerado uma das principais marcas do Jornal Nacional.
O telejornalismo brasileiro, desde seu início, tomou seu espaço frente ao rádio. Vimos, então, seu crescimento e disseminação nas diversas emissoras que foram surgindo ao longo dos anos.
A força da imagem, da informação visual, dá ao telejornalismo uma credibilidade muito grande frente ao público. Nesse sentido, o telejornal é visto como um espelho da realidade. Isso pode ser comprovado quando alguém lê alguma notícia no jornal escrito, ou ouve pelo rádio e logo após liga a televisão para confirmar os fatos.
Leandro Amaral
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